Aristóteles, em suas
análises, caracterizou os seres humanos como sendo seres racionais, ou seja,
que falam e agem de acordo com o que pensam. O filosofo concebeu a dimensão
anímica ou psíquica (psique=alma) dos humanos como um composto de duas partes:
uma racional por expressar-se pela atividade filosófica e matemática e outra
privada de razão, por conta de seus elementos vegetativos e apetitivos. Essa
analise realizada por Aristóteles permitiu uma hierarquização dos seres vivos.
De acordo com essa dimensão
humana que Aristóteles descreve, a parte da alma privada de razão nos iguala a
todos os outros animais movidos pelos instintos primários como a sede, a fome,
o sono e a reprodução. Somos, portanto, guiados pela necessidade de
sobrevivência.
Todos os seres vivos têm em comum
uma necessidade maior e prioritária: resolver o problema de encontrar a forma
mais prática, duradoura, garantida e/ou menos arriscada de sobreviver. Temos a
necessidade de alimentos para saciar a nossa fome; de água para a sede; dormir
para descansar o organismo e nos reproduzir por meio da atividade sexual e
assim perpetuar a espécie.
Se pensarmos por esse prisma,
fica então a pergunta: Mas o que então nos diferencia dos outros animais?
Segundo Aristóteles, é a racionalidade. Nós somos capazes de pensar, usar a
razão, planejar nossas ações e de realizar escolhas e julgá-las, determinando
seu valor.
Agimos acreditando que estamos
fazendo o bem e, mesmo quando julgamos mal nossas ações, o critério básico para
qualquer julgamento é sempre estabelecido pelo bem.
Os seres humanos, portanto,
identificam-se como tais pelas distinções que são capazes de estabelecer com os
outros animais e, consequentemente, se diferenciam de todos os demais seres
vivos, pois definem-se pela capacidade de pensar, falar, trabalhar e amar.
Somos dotados de sentimentos, de afeto, de memória, sofremos e temos
consciência de tudo isso, diferente de qualquer outro animal.
Quando Aristóteles pensou
filosoficamente sobre o homem e procurou fazer suas análises sobre esse ‘animal
que pensa’, diferente de todos os outros e portanto humano, identificou três
coisas que controlam sua ação: a sensação, a razão e o desejo.
A primeira, a sensação, não é princípio
para julgar a ação, pois também os outros animais possuem sensação, mas não
participam da ação. Já a ação é o movimento deliberativo, isto é, a origem da
ação é a escolha. Portanto, pode-se afirmar também que os homens diferem dos
demais animais porque são capazes de realizar escolhas. Quanto ao desejo,
através da razão, desejamos e racionalmente efetuamos escolhas. Para
Aristóteles, então o desejo é a força que impulsiona todas as nossas ações que
através da razão, ou guiado por ela, conduzimos os nossos desejos ao encontro
de seu objetivo.
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